E as vítimas das enchentes sofrem mais um revés. Ano passado os desabrigados de Santa Catarina sensibilizaram o Brasil inteiro que prontamente doou roupas e gêneros alimentícios. Esta semana foi preso um empresário daquele estado que, em conchavo com funcionários da prefeitura de Ilhota, um dos municípios atingidos pelas chuvas, havia recebido parte das doações e estava vendendo roupas, sapatos, colchões (e até alimentos) em um brechó a R$ 1,00 cada peça. Segundo ele, recebeu esses itens como “doação” e, portanto, poderia fazer o que bem quisesse com os mesmos, além do que se tratavam de sobras de donativos que a prefeitura não teria onde colocar. Contudo as “sobras”, só de roupas, correspondiam a mais de 400 mil peças.
Por terem sido doadas à administração pública, só através de processos licitatórios esses bens ficariam livres para serem doados a particulares, além do que são, em sua maioria, produtos não perecíveis que, bem acondicionados, poderiam ser destinados a várias famílias carentes em crises futuras.
Apesar dos apelos da Cruz Vermelha convocando a população para que não pare de doar, sobretudo às vitimas do Maranhão, é impossível não ficar desconfiado com o destino de nossos donativos após essa denúncia. Uma situação tão revoltante na qual determinadas pessoas se valem das boas intenções de quem doa e da desgraça alheia para proveito próprio!